O que consegui produzir durante o luto
Uma área que quase não parei nesse período de luto foram os quadrinhos. Pelo contrário, tirando os primeiros dias, que parei total, quando aliviou um pouco eu me foquei bastante neles e tenho sido bastante produtivo nesses meses. Isso porque, desde que eu era pequeno, sempre tive os quadrinhos não só como expressão artística, mas também como um refúgio.
Cena de época da HQ de origem da heroína Estrela Azul, que finalizei recentemente |
Quando criança, morando no interior, não havia muitos confortos e nem entretenimento. Era a lida do dia, escola e à noite luz de lamparina. Logo que aprendi a ler e a desenhar, comecei a copiar os desenhos das revistinhas Disney que eu lia e criar novas histórias. É bem verdade que eu nunca finalizei nenhuma, mas imaginei várias enquanto desenhava folhas e folhas de papel sob a luz do candeeiro e aquilo era o meu universo particular, onde eu podia ser criativo sem as limitações da rotina e do ambiente.
Muito tempo depois, em 2015, eu tive uns problemas com clientes atrasando pagamentos que me impediram de trabalhar a marca Amo Gatos, que eu acabara de lançar, da forma como queria. Isso me rendeu uma grande frustração e fiquei uns meses meio borocochô. A saída foram os quadrinhos. Enquanto buscava me recuperar e retomar a Amo Gatos, fu vendo filmes e séries de super-heróis e terminei por decidir criar meus próprios personagens. Em novembro do mesmo ano lancei minha primeira HQ, da Gata Púrpura.
A fase ruim passou mas os quadrinhos permaneceram e desde então venho desenvolvendo o Universo EB na medida do possível, ainda tratando como um hobby. É por isso inclusive que tem demorado para sair novas HQs, pois só uso o tempo vago para produzi-las.
Aí veio o período de luto, eu sem clima pra pintar, como falei no post anterior, me embrenhei nos quadrinhos, meu querido refúgio. Nos primeiros dias, sem clima para cores, fui desenhando HQs já roteirizadas e continuando as que estavam em produção desde ano passado. E agora nas semanas mais recentes voltei a colorir. Com isso, finalizei desenho e cores de uma HQ, desenhei outra e estou com mais duas em produção avançada (que agora voltam a dividir o tempo com a pintura e outras atividades que estou retomando).
Algumas das páginas que fiz nesses meses de maior recolhimento |
Esse período também me fez refletir que os quadrinhos são parte essencial de mim. Mais que um refúgio para as horas difíceis, são uma expressão da minha criatividade que se expande na vastidão do universo que estou criando e que quero tornar mais que um hobby, quero que se torne um negócio.
Não é um desejo novo, é claro. Já imaginei cada personagem, cada história, de modo que possa funcionar comercialmente, mas, ocupado com outras coisas, vinha postergando a iniciativa e ficando só no hobby de desenhar as HQs. Agora quero ir adiante e já comecei a dar alguns passos na busca de parceiros e na criação de estratégias que possam tornar a EB Comics mais que o hobby do seu criador.
Elinaudo Barbosa
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