Contando a história do Pulmão Verde do Siqueira
Apresentando nossa primeira proposta de parque, elaborada em 2007 (foto feita pelo anfitrião do dia, Raimundo Rodrigues) |
Quando eu entrei na história do Pulmão Verde
Era começo de 2007 quando recebi um convite para ir à Associação Delmiro Gouveia. Vinha do meu amigo Roberto Sabino, fundador da entidade e também proponente do parque Pulmão Verde. Fui lá, conheci a ideia e em seguida a própria área verde, em uma visita de reconhecimento. Na época eu coordenava o Instituto Brasil Verde, ONG ambientalista da qual fui um dos fundadores, e firmamos parceria com a Delmiro Gouveia para realizar a mobilização pelo projeto.Minha primeira visita ao Pulmão Verde, em abril de 2007 |
A partir daí vieram vários encontros para botarmos no papel as primeiras propostas para a construção de um parque que garantisse a preservação daquele pedacinho de verde que restava da enorme cobertura vegetal que o Siqueira já tivera anos atrás. Junto veio a necessidade de sensibilizar e mobilizar as pessoas para aderirem e defenderem o projeto. Então, enquanto avançávamos com as propostas, íamos em paralelo visitando outras associações de bairro, escolas e demais grupos organizados da região, além de inscrevermos o projeto no Orçamento Participativo, mecanismo da gestão municipal que vigorava em Fortaleza naquele tempo.
Foi nesse período que conheci lideranças e ativistas importantes do Siqueira e região, como o Jerônimo Silva, a Aurélia Silva, o poeta Jota, o professor Cândido Pinheiro e o saudoso Zequinha. Todos já estavam ou foram se somando ao movimento pela criação do parque, movimento que alias começou alguns anos antes da minha chegada por lá em 2007.
A jornada pela visibilidade
Após um primeiro período de mobilização local, onde inclusive realizamos um abraço ao Pulmão Verde, percebemos que estávamos um tanto isolados e distantes da cidade que aparece nos jornais (pelo menos nas pautas ambientais, já que na pauta das notícias ruins a periferia é sempre preferida pela imprensa). Então fomos em busca dos outros movimentos de defesa das áreas verdes da cidade. Após várias visitas e após conhecer várias pessoas importantes do movimento ambiental de Fortaleza, como Ademir Costa, do Proparque Rio Branco, Ademar, do Pró-parque Lagoa da Itaperaoba e Aguinaldo José, do Rachel de Queiroz, construímos uma articulação e realizamos a I Jornada em Defesa das Áreas Verdes de Fortaleza, momento histórico para a luta ambiental da cidade.Em 2018 tivemos uma segunda jornada, dessa vez com eventos localizados nas regiões do próprios parques e áreas verdes e apenas um evento para toda a cidade no qual os então candidatos a prefeitos foram convidados a assinar um termo de compromisso com o movimento pelas áreas verdes.
Tela inicial da apresentação sobre o Pulmão Verde, que fiz em 2008 durante a II Jornada em Defesa das Áreas Verdes de Fortaleza. |
Durante as jornadas começou uma aproximação com outro movimento que, embora geograficamente fosse do lado, estava a uma distancia abissal do nosso, que era o do pessoal que vinha lutando pela preservação da Lagoa da Viúva, liderado pelo Centro Herbert de Souza e pela Rede Dlis do Grande Bom Jardim. Essa aproximação acabou trazendo um resultado muito bom para os dois grupos, que foi a unificação das duas áreas reivindicadas, o Pulmão Verde e a Lagoa da Viúva, em um único parque, decretado em 2015 pelo prefeito Roberto Cláudio.
Uma presença mais pontual
Depois das jornadas houve o encerramento da atuação do Instituto Brasil Verde e eu segui para outras jornadas da minha vida. Fiquei mais distante do movimento ambiental como um todo e também do movimento pelo Pulmão Verde. Mas nunca deixei de acompanhar e de me fazer presente em momentos cruciais como o dia da assinatura do decreto de criação do parque e agora neste mês de junho nos encontros para coleta de propostas para o projeto. Depois de todos esses anos participando, tenho uma ligação pessoal com essa área verde e irei continuar contribuindo até que o sonho do parque se concretize totalmente, com a demarcação, urbanização do entorno, recuperação da vegetação e tudo o mais que temos proposto e buscado junto ao poder público.O encontro foi de frente para esse cenário inspirador, uma das lagoas que compõe o parque. |
Unindo vento e água
Um dos desafios atuais é unificar os diversos movimentos que atuam em defesa das áreas do parque, consolidando um grupo forte que possa seguir em frente na longa e incessante jornada pela efetivação da unidade e pela preservação dela. Outra vez atendendo a uma sugestão do Roberto Sabino, darei uma nova contribuição, realizando com os grupos uma vivência de um dia cujo foco será a busca da harmonia e integração entre todos que atuam em defesa do Parque Lagoa da Viúva, o Pulmão Verde do Siqueira.O meu programa de desenvolvimento pessoal Sua Vida dos Sonhos tem como uma das principais inspirações e bases os princípios do Feng Shui, expressão que significa literalmente vento e água, uma verdadeira sincronicidade com o parque do Siqueira, onde chegamos com o Pulmão Verde - ar, vento, e encontramos a Lagoa da Viúva - água. Agora vamos trabalhar numa integração desse vento e dessa água para que ambos fluam em perfeita harmonia construtiva e colaborativa.
Porque nesse ecossistema universal nada acontece por acaso :)
Elinaudo Barbosa
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