Bom Jardim e Escola Júlia Alves em nova HQ da EB Comics
Realidade e ficção se misturam no antigo pátio da Escola Júlia Alves Pessoa |
Essa HQ é cheia de referências e reminiscências pessoais. Quase toda a história se passa no Bom Jardim, bairro onde cresci e vivo até hoje e Ednarda, a futura Dama de Aço, estuda na escola Júlia Alves Pessoa, a mesma que eu estudei da quinta série até o último ano do antigo segundo grau. Eu também tinha uma bicicleta (a minha era azul), que nos primeiros anos os garotos maiores queriam pegar pra ficar brincando e fui algumas vezes “salvo” pelo saudoso Abelardo, presidente do grêmio, mas que fazia as vezes de secretário, coordenador, fiscal de pátio etc.
E eu também ganhei a feira de ciências com um projeto que propus, no meu último ano na Júlia Alves. Eu tinha ido alguns anos pra feira, numa delas como substituto de um aluno que deixou a equipe e fiquei sonhando em ter alguma ideia que chegasse a ser campeã. Dentre as várias que pensei, uma delas era o protótipo de um hovercraft, que é quase um carro voador. Terminei optando por um na área de meio ambiente e, juntamente com uma grande equipe de alunos, membros do grêmio da escola, a batalhadora da feira de ciências, professora Eunice Godoi e até o pessoal da ONG Rio Cine, ganhamos a feira.
O quadro onde Ednarda e os colegas são homenageados por ter ganho o prêmio é uma cena bem típica da minha antiga escola, quando a eterna diretora Tia Núbia reunia todo mundo no pátio e fazia verdadeiras conferências. Na cena eu retratei (tentei, pelo menos) a diretoria, os professores Eunice Godoi, Marcos e Ritinha. E na platéia, conversando num grupinho, estou eu e meus colegas da equipe que fez a famosa pesquisa do Rio Maranguapinho. O fotógrafo é o Galba Nogueira, que na época fazia parte da ONG Rio Cine e participou ativamente do trabalho.
A ponte e os ônibus
A ponte do Bom Jardim é um elemento comum na minha obra artística, seja em desenhos realísticos ou estilizada em marcas e ilustrações. Nessa HQ eu fiz com base nas minhas reminiscências o que seria a ponte nos anos 1980, com o ônibus da antiga Autoviária Freitas passando por ela em direção ao Centro de Fortaleza. Na pequena HQ das páginas finais, um ônibus já dos anos 1990, com a pintura do sistema integrado implantado por Juraci Magalhães.Uma imagem do que seria a ponte do Bom Jardim nos anos 1980 |
Hoje a ponte é outra e a escola Júlia Alves também é outra bem diferente daquela onde estudei. A ponte veio mudando à medida que a antiga Estrada do Maranguape foi evoluindo como Avenida Osório de Paiva. Já a escola perdurou por muitos anos quase igual ao que era na minha época, mas recentemente passou por uma reforma completa. O velho prédio foi abaixo, dando lugar a uma moderna escola de tempo integral.
Quem sabe a Dana de Aço não aparece qualquer dia desses na nova Júlia Alves, né? A Gata Púrpura, como vemos no final da revista, vez ou outra anda pelo Bom Jardim.
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