sexta-feira, 14 de março de 2014

Gatos em condomínios – risco constante de maus-tratos

Levando o gato Pelezinho — ferido seriamente
por uma criança de apenas 9 anos — para
atendimento na Favet/UECE (foto: Renata Costa)
Quem mora em condomínio em Fortaleza e tem alguma sensibilidade para com os animais vive hoje estado constante de apreensão, por conta da quantidade cada vez maior de gatos que vivem nesses locais e das hostilidades que podem ser cometidas contra eles a qualquer momento por moradores ou síndicos. Aqueles poucos que tentam ajudar os bichos se veem impotentes diante dessa realidade. Algo precisa ser feito urgentemente se não quisermos ver uma matança indiscriminada de gatos muito em breve.

Enquanto as ruas hoje contam com bem menos gatos que no passado, os condomínios vivem um aumento da população felina. Gatos abandonados ou nascidos nas ruas entram e encontram um ambiente relativamente tranqüilo, quase sem trânsito de carros e quase sempre encontrando a solidariedade de moradores que se sensibilizam e passam a alimentá-los, então eles acabam ficando e com o tempo se reproduzindo.

Acontece que, enquanto um ou dois moradores alimentam e até procuram cuidar dos gatos, a maioria se sente incomodada com a permanência deles. Ataques são comuns, por parte de adultos e até mesmo de crianças, além de envenenamentos, “sumiços” de animais, além da ameaça constante que representa o Centro de Controle de Zoonoses - CCZ, que ao invés de ser um órgão de cuidado para com os animais, é, pelo contrário, aquele a quem as pessoas que não gostam de bichos recorrem quando querem “se livrar” deles.

Além das agressões ou envenenamentos há casos onde os animais são capturados nos condomínios e abandonados nas praças e parques, aumentando ainda mais a população já existente nesses logradouros, lugares onde eles continuarão correndo os mesmos riscos de morte e agressões. Aos “protetores independentes” que vivem nesses condomínios resta a dor de ver feridos e mortos os animais que tentam ajudar contando apenas com seus próprios recursos.

Acredito que só uma ação conjunta de ONGs, movimentos e protetores independentes, além das pessoas dos próprios condomínios que cuidam dos animais in loco poderá mudar efetivamente essa situação. É preciso pensar ações que promovam educação e fiscalização nos condomínios e também faça pressão sobre os órgãos do poder público para que passem a agir em favor dos animais e não contra eles. E é preciso ainda acionar o Estado para que os moradores e síndicos que agridem, matam e abandonam animais sejam responsabilizados por esses crimes.

E estou convencido de que ações de pessoas ou grupos isolados não resolverão o problema. Pela minha experiência de anos em projetos e movimentos socioambientais, acredito que essa situação só poderá ser revertida se houver uma atuação coletiva, através da articulação de grupos, movimentos e pessoas. Só assim poderemos evitar que maus-tratos e matança indiscriminada de gatos aconteçam em proporção igual ao aumento da população desses animais nos condomínios da cidade de Fortaleza. Como cidadão, me disponho a contribuir.

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